CONTEXTUALIZAÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO

O café veio para o Brasil em 1727 com Francisco de Melo Palheta, mais somente começa a aparecer no Rio de Janeiro por volta de 1760. Inicialmente no Brasil a planta vai ser utilizada como se fosse uma planta para “enfeitar” as propriedades, em um segundo momento o café vai se tornar a fonte da riqueza do Estado de São Paulo. No século XIX o café vai se tornar a bebida favorita dos trabalhadores em grande parte do mundo, o cansaço nas grandes jornadas de trabalho fez com que se buscasse alternativas para diminuir esse cansaço, nesse momento o café aparece como um grande estimulantes para melhorar o rendimento dos trabalhadores e no momento em que surge a grande demanda pelo café o Brasil começa a se destacar como produtor, é nessa grande procura que o Estado de São Paulo vai se enriquecer, e mudar sua infla-estrutura .

 O habito de tomar café vai vir junto com a Revolução Industrial no século XIX, e com ela uma nova forma de se pensar economicamente. A Revolução Industrial vai criar um cenário de um ritmo completamente acelerado, uma velocidade de produção que é uma forma de simbolizar de que “não falta nada no mundo capitalista”. Uma das necessidades que o capitalismo vai gerar é a expansão de seus mercados e o aumento de consumidores para seus produtos, ou seja, a escravidão já não mais condizia com o estagio alcançado pelo capitalismo, e foi um dos  aspectos que vai forçar o mundo a banir a escravidão, não é coincidência que a Inglaterra esteja sido um dos países pioneiros em se opor a escravidão e combater o tráfico negreiro, e como se sabe o Brasil um país com enormes latifúndios e que sua economia era basicamente constituída e sua riqueza conquistada pelo mão e o trabalho extremamente forçado dos escravas, a abolição da escravidão podia ocasionar grandes problemas, mais o dinheiro do tráfico negreiro vai passar a ser o investimento inicial para o desenvolvimento do café no Brasil.

 O Brasil era um lugar propicio para o desenvolvimento da produção do café em grande escala, os elementos básicos eram:

• Latifúndio;
• Monocultura;
• Mão de obra escrava/trabalhadores livre.

A grande produção do café se inicia no Vale do Paraíba carioca, e chega ao Vale do Paraíba paulista e posteriormente para o oeste paulistano onde vai conseguir seu auge. No Vale do Paraíba carioca a quantidade de terra disponível era imensa e ficava relativamente próximo ao porto do Rio de Janeiro, principalmente a cidade de Vassouras, mais também outras localidades como a cidade de Cantagalo, em são Paulo principalmente em Areias e Bananal, em Minas Gerais a produção acontecia principalmente nas cidades de Catagueses, Juiz de Fora, Leopoldina, entre outras, mais os problemas encontrados para transportar o café que era feito pelo carregamento através do lombo de burro que muitas vezes podia danificar a planta juntamente com o esgotamento das terras vai fazer com que “ande” de modo acelerado para o oeste paulista e “invadiu” as cidades de Campinas, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Catanduva, Ribeirão Preto, Casa Branca, entre outras, a chegada do café em São Paulo vai ocasionar e transformar a estrutura geográfica de São Paulo, as terras paulistas  pouco exploradas (Terra Roxa – “Rossa” italiano) e muito férteis, por isso pode se dizer que o “café desmatou São Paulo”, entretanto ele transformou a cidade no centro de poder e trouxe a riqueza para o Estado, a Elite Paulista que desejava ser Republicana e abolicionista e para trabalhar com o café vai buscar criar um imaginário e subsidiar os imigrantes “brancos” da Europa para trabalhar em suas lavouras, como o café encheu os cofres paulistas se tornou possível uma reestruturação no Estado, as ferrovias foram fruto do café, e foram responsáveis por “cortar” São Paulo.

 Como já foi dito a final da escravidão foi uma necessidade do sistema capitalista, mais no Brasil essa transição demorou aproximadamente 40 anos, apesar da imigração e o final da escravidão serem processos simultâneos no Brasil, eles são processos completamente diferentes, a imigração era uma forma encontrada pela elite de fazer um “possível branqueamento” no Brasil, foi a tentativa de fazer o Brasil um país europeu na composição de massa e também para tentar conter o avanço numérico da população negra. A imigração foi feita cerca de 80 % para a região sul e sudeste (Principalmente São Paulo), Entre essa relação dos fatores que mostram uma Europa que “expulsa” e uma América que “acolhe” (trataremos no capitulo especifico) podemos pegar como exemplo da Companhia Vergueiro, ela é nitidamente uma forma de se expressar os interesses da Elite Paulista de trazer os imigrantes, essa Companhia de imigração do Senador Vergueiro, consistia em um serviço de Parceria, onde o imigrante que aceitava vir para as fazendas de café era parceiro do dono da fazenda, o imigrante vinha devendo a passagem e os gastos da viagem que realiza-se na viagem, ele devia ao “Grande Fazendeiro” que subsidiava junto a companhia a sua vinda e chegava disposto a trabalhar na terra do fazendeiro, vinha junto com sua família para ir pra lavoura, e com a colheita a metade fica para o produtor e a outra metade ficava para o grande proprietário, sendo que a divida consistia e o produtor devia com sua metade muitas vezes pagar um parte da divida e com os gastos que realizava comprando no armazém do grande produtor fazia com que o produtor ficasse “preso” a essa divida. Esse modo de explorar a mão de obra do imigrante vai causar um grande problema pois a saída encontrada pelos imigrantes vai ser investir em meios de subexistência e deixar o café de lado que ele vai tirar da sua pequena área de produção. O Estado observa esse problema e procura sanar essa dificuldade através da lei de subvenção em 1870, que consistia em o Estado pagar parta das dividas dos imigrantes, e a imigração subvencionada, e o próprio Estado começa a pagar os imigrantes serem trazidos por navio, o que faz com que o imigrante chegasse sem divida, e a criação de uma hospedaria de imigrantes em 1882, na hospedaria os imigrantes podiam se alojar por sete dias sem custos, enquanto esperavam e negociavam para qual localidade e para quem iriam trabalhar, os portugueses vão fazer um caminho oposto como muitos deles já obtinham contato com familiares ou amigos no Brasil eles tem a opção de pagar sua passagem e vir se alojar na residência desses amigos ou parentes e muitos vão vir pelas “Cartas de chamada” (que trataremos nos próximos capítulos), em suma, São Paulo com o café vai se tornar uma cidade desmatada, vai passar da “capital da solidão” para uma potência política e econômica do país, e possibilitar que São Paulo possa modernizar sua cidade, cidade á maioria dos imigrantes portugueses vão buscar se alojar e vão ter uma grande importância para esse desenvolvimento, seja com a mudança do paladar, na construção de suas padarias ou armazéns dependendo de suas localidades, e com os trabalhos ligados diretamente com o publico alem de ter grande presença nos portos, principalmente em Santos e no Rio de Janeiro.